Certo dia, passei em frente a um pet shop e vi dois filhotes dentro de uma gaiolinha, onde estava escrito que os cães estavam ali para serem doados. Fiquei impressionada com a beleza dos dois, pareciam pequenos lobos. Foi paixão a primeira vista. Levei um deles para casa. Ele era assustado, apavorado e chorava muito.
Tinha medo do Nestor, meu collie, que só queria fazer um amigo. Rodolpho foi crescendo, perdendo o medo. Tornou-se um moleque travesso, roubou galinhas, espaço, atenção. No entanto, se mostrou um dos animais mais carinhosos que já conheci. Lembro quando minha casa ficou em reforma, que deixamos ele com um vizinho, e ele ficava me esperando no portão todas as noites, no horário que eu vinha da faculdade, apenas para que eu o cumprimentasse pelo portão. Lembro de suas manifestações de carinho.
Lembro de uma noite de eclipse lunar, que ele assistiu inteiro sentado ao meu lado. Lembro das poucas vezes em que o vi latir. De quando ele protegia minha sobrinha de dois anos. São muitas as lembranças, os passeios, a bagunça que nós três fizemos juntos. E minha ultima lembrança será dele ter me esperado voltar de viagem, para me dar adeus, com um olhar fraco, mas cheio de amor. Jamais me esquecerei de você, filho.
Nossa História,
| Rodolpho |
| 31, July 2004 |
| Cassia Gisele |